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CORAÇÃO MATERNO: SINÔNIMO DE SONINHO TRANQUILO

Aluna da Universidade Aberta à Maturidade da PUC/SP (UAM – PUC/SP) nos anos de 1997 a 2002, Cleusa Cioffi Lopes, 70, fez parte da equipe do Jornal Compuctador – hoje Maturidades - desde o inicio da sua publicação. Simpática, comunicativa e muito competente em tudo o que fazia, criou comoção no grupo da equipe quando disse que não poderia mais frequentar as aulas da Universidade, nem colaborar com o Jornal. Insistimos muito para que continuasse, fizesse um esforço, redimensionasse sua agenda, mas nada a convenceu. Estava irredutível! A razão de seu afastamento foi o trabalho, ao qual há anos se dedicava com afinco e amor. Tratava-se de um trabalho como voluntária de tempo integral no Núcleo Coração Materno – NCM. Um grande projeto social do Centro Espírita Irmão Itajubá – CEII. Conhecê-lo, foi uma oportunidade gratificante que muito nos sensibilizou.

 

 

 

 

Nada começa por acaso. Há que haver um sonho e pessoas dispostas a realizá-lo. Foi o que aconteceu com o NCM. Um senhor de nome Humberto, presidente do CEII, idealizou-o, um outro homem comprou a ideia e doou um belo terreno de 2.500 m². Em seguida, muitas pessoas uniram-se num esforço comum para colaborar com doações, bazares, festas e eventos para angariar o dinheiro necessário para a obra. Em 1984, depois de sete anos e meio do lançamento da pedra fundamental, inaugurou-se a Creche Coração Materno – CCM, com 10 crianças de 3 a 4 anos. Na mesma época, por necessidade da regulamentação da documentação, surgiu o nome “Núcleo Coração Materno”. Nossa amiga e colega Cleusa esteve presente de corpo e alma desde os primeiros sonhos sonhados.

Em abril, foi um prazer acompanhar Cleusa na visita pelas dependências da CCM. Impressionou-nos a amplidão dos espaços: salas de refeição limpíssimas com mobiliários próprios para crianças, dormitórios decorados com motivos infantis, colchonetes com estampas alegres e coloridas, banheiros claros com louça branca, adequados aos seus usuários, 2 amplas cozinhas com seus fogões industriais, salas de recreação e amplos espaços para atividades ao ar livre. A alegria, a descontração, o brilho do olhar, e, principalmente, o carinho das crianças são gratificantes para qualquer pessoa que tenha a oportunidade de se dedicar a um trabalho como este.

Hoje a CCM atende, em média, 200 crianças na faixa etária dos 2 a 4 anos, das 7 às 17 horas, de segunda a sexta-feira. Como há um grande e necessário comprometimento com as atividades pedagógicas, criou-se o Centro de Educação Infantil – CEI, para administrar e organizar as oficinas de áreas de conhecimento (matemática, linguagem, música, artes visuais), videoteca, brinquedoteca, ludoteca, contando para isso um excelente grupo de funcionários especializados.

Em 1987 concretizou-se mais um empreendimento para dar continuidade aos trabalhos do CEI: o Centro para Crianças e Adolescentes – CCA. Atualmente são 150 educandos, entre 6 e 14 anos, que frequentam as escolas públicas municipais das regiões de Casa Verde, Freguesia do Ó, Brasilândia e Bairro do Limão, que, quando não estão nos seus cursos regulares, é neste ambiente descontraído, alegre, limpo, que eles têm acompanhamento escolar, informática, internet, artes plásticas, dança, capoeira, percussão, biblioteca, teatro e atividades esportivas no amplo ginásio coberto. E mais: refeições bem cuidadas e saborosas. Tanto a CCM e o CCA funcionam em excelentes prédios construídos, especialmente, para atender as necessidades desses projetos.

Como entrevistar nossa amiga e ex-colega sem nos empolgar com este trabalho maravilhoso, fruto do sonho e da dedicação de muita gente. O CCM conta com mais de 50 funcionários registrados, preparados e adequados às suas atividades, para o bom andamento de toda a infraestrutura do projeto, desde a segurança no portão de entrada, até o jardim e os pátios bem cuidados.

Nossa entrevistada, Cleusa, é uma voluntária valorosa, sempre presente, merecedora de toda nossa admiração, respeito e carinho. Temos muito orgulho de termos tido o privilégio de compartilhar da sua amizade e do seu coleguismo, nos nossos 5 anos de PUC e de Equipe do Jornal.

Para colaborar ou ter mais informações, escreva para coraçaomaterno@uol.com.br

FAMÍLIA E IMPRESSÕES

Jornal Maturidades – Cleusa, família?
Cleusa Cioffi Lopes – Casei-me em 4 julho de 1960 e milha filha nasceu dia 4 de julho de 1961, portanto me dediquei inteiramente à vida familiar. Havia terminado o Curso da Escola Industrial, onde me formei como professora de Corte e Costura e Bordados. Ocupava-me dos muitos afazeres domésticos e, também, com a execução do enxoval do meu futuro bebê, usufruindo de todo aprendizado dos meus cursos. Além disso, parei no último ano do Curso de Piano do Conservatório Musical Santa Cecília, por motivo de casamento.

JM – E o trabalho voluntário?
Cleusa – Trabalho voluntário traz benefícios que transcendem as expectativas que se possa ter a respeito dele. Quando se entra em contacto com as muitas desigualdades sociais, a falta de emprego e benefícios, carências várias, tem-se a oportunidade de aprender a lidar como os nossos próprios problemas: problemas financeiros, profissionais, perdas irrecuperáveis e lhe dar uma dimensão mais real. A experiência adquirida nos dá forças para levar a vida com mais consciência e responsabilidade. Mas, digo mais, qualquer trabalho que se faça com amor, dedicação e respeito ao próximo, faz bem e nos dignifica. Estou neste voluntariado há mais de 30 anos e, se depender de mim, vou continuar.

JM – Qual a sua posição dentro do Núcleo Coração Materno – NCM?
Cleusa – Sempre estive exercendo funções na área da administração. No início era Diretora Administrativa. Há algum tempo pedi afastamento, mas me deram só no papel. Mantiveram-me no mesmo cargo, e continuo, mas, a meu pedido, com menos funções. Estou num momento em que não posso disponibilizar o meu tempo integralmente, como sempre fiz.

JM – O que UAM - PUC/SP significou para você?
Cleusa – Os anos da UAM - PUC/SP foram maravilhosos, foram a constatação dos benefícios que advém de fazer as coisas de que se gosta. É um ambiente que propicia a quebra de todos os preconceitos. As pessoas se harmonizam, igualam, respeitam e assim podem usufruir de amizades gostosas que só fazem bem. Posso dizer que a UAM - PUC/SP foi um marco na minha vida.

Nota: “Enquanto eu passeava com a Cleusa pelo Núcleo Coração Materno, eu ia me emocionando a cada portinha que ela abria e eu conseguia ver aquelas criancinhas dormindo um soninho tão gostoso e tranquilo... Então, ela me disse que elas dormiam porque se sentiam seguras. ‘Sim’, eu pensei, ‘segurança é tudo na vida da gente. Estar ao lado de quem nos protege, nos corrige, nos respeita e nos ama incondicionalmente é tudo que precisamos’. Espero que o amor que vi naquele espaço, cresça dentro de cada coração infantil e germine na vida de cada adulto que está por vir. Parabéns a todos que fazem parte da equipe sorridente e feliz que eu pude encontrar dentro do Coração Materno”.


Texto: Ignez Ribeiro
Fotos: Célia Gennari

 
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