O CRAVO BRIGOU COM A ROSA
Por E.Prescher
Como pode, perguntei-me, certo dia,
inocentemente...
O cravo brigar com a rosa,
Estando tão distantes.
E sendo tão diferentes!
Percebo hoje, finalmente,
Que cravo e rosa,
Sendo diferentes,
Podem odiar-se ou mesmo amar-se,
Para sempre ou temporariamente!
Com a rima na vida, e a vida a rimar,
Aos poucos, compreendi
Que o cravo pode brigar,
A rosa se despedaçar,
Um pouco ou totalmente.
O tempo pode passar,
O cravo desmaiar,
A rosa chorar eternamente,
ou, simplesmente,
Seguir em frente.
Descobri também, por acidente, à beira de um igarapé,
Que o único e bem-humorado engodo,
Da inocente e trágica rima infantil
É que, no mar ou na vida como um todo,
Caranguejo peixe não é!
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