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A INTERFACE DA TECNOLOGIA E A TERCEIRA IDADE

Quem já não ficou um tempão procurando alguma coisa em uma página de internet e não a encontrou, apesar de estar lá, em algum cantinho? Quem já não confundiu alguma vez um endereço de um site com um endereço de e-mail? Quem já não se atrapalhou com aquelas teclas minúsculas de um aparelho de celular?

Não é apenas a terceira idade que tem dificuldades com as novas tecnologias. Afinal de contas, elas mudam todo dia e o que era um padrão ontem não é mais hoje. É muito complicado (para jovens, adultos e idosos) acompanhar tantas mudanças.

As pesquisas, antes feitas em bibliotecas, podem ocorrer em segundos dentro das páginas de internet, com a ajuda de buscadores cada vez mais sofisticados, como o Google (www.google.com.br). A música, que era ouvida nas vitrolas, em walkmans ou em CD players, lentamente se curva aos novos formatos digitais. O entretenimento da televisão logo perderá espaço diante da programação por demanda de canais de vídeo como o Youtube. O vídeo-cassete foi substituído pelo aparelho de DVD, que está sendo substituído pelo Blu-Ray, um formato de disco óptico de nova geração. As cartas, antes enviadas pelo correio, foram quase totalmente substituídas pelos e-mails. As conversas telefônicas hoje podem ser feitas através do MSN ou do Skype, programas que se utilizam da internet para possibilitar trocas de mensagens instantâneas. As notícias, antes lidas nos jornais de domingo, hoje são transmitidas em tempo real.

Todo o ser humano é capaz de usufruir dos proveitos das tecnologias da informação e da comunicação, mas nem todas as tecnologias são apropriadas para diferentes tipos de públicos. Não são todos que conseguem apertar pequenos botões, visualizar pequenas fontes numa pequena tela colorida e entender uma linguagem que até parece de outro planeta. Os recursos tecnológicos atuais, em sua maioria, são criados e aperfeiçoados em função de pessoas já incluídas digitalmente, e não refletem o conjunto da sociedade.

Os jovens designers, quando criam páginas na internet, programas de celulares, ou mesmo apresentação de produtos, devem pensar mais sobre como estruturar as informações para que elas sejam facilmente encontradas, lidas e compreendidas por todos os tipos de públicos.
A fim de atrair e de manter a atenção dos usuários, o conteúdo deve ser projetado de forma que corresponda ao comportamento humano, sendo personalizado de forma que possa ser visualmente varrido e facilmente assimilado. Vale lembrar que, independentemente do visual e do grau de sofisticação, o produto é inútil se não fizer sentido para aquele que o manipula.

Com relação ao público da terceira idade, a complexidade não só desestimula como acaba por oprimir e excluir. É possível, todavia, que os elementos visuais da tecnologia sejam manipulados na busca da simplificação, para que sejam percebidos e entendidos por diferentes pessoas.

Não é o usuário que tem que se adaptar à tecnologia, é a tecnologia que deve ser adequada a todo e qualquer usuário. Práticas de construção de páginas de internet simples, claras e objetivas, ícones que tenham por referência parâmetros familiares e sistemas que priorizem um bom conteúdo organizado de maneira lógica e intuitiva, bem como fontes que não precisam de lupa para serem lidas na tela do computador ou celular, já são um grande passo para que usuários da terceira idade se sintam mais confortáveis e tranquilos e não deixem que o medo da tecnologia os assombre.

Por fim, aproveito para deixar uma mensagem de incentivo. Apesar de o mundo tecnológico atual estar ainda muito longe de ser perfeito (especialmente para aqueles que estão começando a conhecê-lo), seu potencial é imenso, e fazer parte dele é abrir portas para incalculáveis benefícios. Afinal de contas, a tecnologia está aí para ser usufruída por todos, seja qual for a sua idade.



Gláucio Henrique Matsushita Moro
Mestre em Design e Interfaces pela PUC/SP
glaucio@gmoro.com


 

 
 
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