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Daisy, com um sorriso no rosto...


Encontramos Daisy Almeida Vasconcelos, conversando animadamente com uma colega em um dos terraços da PUC-SP, no intervalo de aula da Universidade Aberta à Maturidade – UAM. Pequena, gentil, dona de expressivos e belos olhos verdes, já nos esperava e, alegremente, disponibilizou-nos seu tempo. Nascida a 18 de junho de 1918, sente-se muito bem vivendo o seu 93º ano. A nossa entrevistada desta edição é muito comunicativa e gosta de viver.



Na PUC-SP-UAM desde 2007, Daisy Almeida Vasconcelos se sente privilegiada por poder usufruir da convivência com os colegas de classe, com os quais se dá muito bem. Gosta das aulas e, atualmente, amplia seus conhecimentos sobre a Música Popular Brasileira – MPB, sob a orientação do Prof. Roberto Sagliett Mahn, jovem, competente e "muito bem humorado", como ela o descreve. Por outro lado, como procura sempre se atualizar, sente dificuldade em acompanhar os programas da TV, pela rapidez com que são feitas as comunicações. "Tudo acontece muito rápido. Vivemos numa época de urgências em que o tempo custa muito caro", diz ela.

Todas as manhãs, Daisy vai ao Parque Dr. Fernando Costa, nosso conhecido Parque da Água Branca, encontrar-se com um grupo de pessoas heterogenias na etnia, cultura e religião, mas irmanadas e sociáveis, o que torna as suas manhãs agradáveis em uma interação proveitosa. Além disso, divide seu tempo matinal entre a leitura do jornal Estado de São Paulo e, no momento, do livro de Chico Xavier. Considera-se uma pessoa sem preconceitos, de mente aberta e receptiva. .
Casou-se aos 25 anos e enviuvou há 22. Seus olhos brilham ao falar do bom marido e pai, José. Tiveram três filhos, um homem e duas mulheres, educados, bem formados, trabalhadores e que lhes deram 6 netos, um bisneto e mais um a caminho. Não se cansa de dar graças a Deus pela benção de tê-los, todos bem orientados, saudáveis e inteligentes.

Estudou no Colégio Rio Branco e no Mackenzie, onde se formou Secretária. Trabalhou uns anos, mas ao se casar dedicou-se integralmente aos filhos, considerando a presença da mãe essencial no desenvolvimento psíquico, físico e social das crianças. Mas considera esta possibilidade muito difícil de acontecer nos dias de hoje pelas muitas exigências e dificuldades do momento social em que vivemos.

Eram cinco irmãos. Hoje, Daisy vive com a intelectual irmã Grace, de 94 anos. Elas são muito diferentes no jeito de ser e nos gostos, mas como se respeitam, convivem muito bem. Grace não gosta de sair, lê muito, assiste TV, faz palavras cruzadas para ativar a mente, enquanto Daisy, além de assídua aluna da UAM, gosta de "bater pernas", como diz no seu jeitinho simpático de se expressar.

Daisy Almeida Vasconcelos:
"Me considero uma pessoa feliz"

Daisy procura cuidar bem da própria vida, pois bem sabe das dificuldades dos dias de hoje, em que as pessoas têm pouco tempo disponível. Por essas e outras, conscientemente procura não ficar pedindo a atenção dos familiares.

Gosta de viajar e já viajou muito: China, Japão, Turquia, Estados Unidos, Europa, Argentina... Coisas de família. Parece que ela teve mesmo a quem puxar. Sua avó era muito ativa e moderna, viajava todos os anos para a Europa.

Muito responsável com sua saúde, alimenta-se bem por acreditar ser um procedimento fundamental. Gosta de verduras e legumes e tem a sorte do filho abastecer sempre a sua casa com produtos extraídos direto de sua chácara. Que privilégio! Não gosta e evita tomar remédios, só os estritamente necessários, como o da pressão arterial.

Família, para ela, é tudo na vida. Dá graças a Deus diariamente pelas bênçãos recebidas. É evangélica, frequenta a Igreja Episcopal, onde foi batizada, mas "não é igrejeira, é Cristã", na plena acepção da palavra.

A pequenina Daisy tem uma energia contagiante. Senta na primeira fila da sala da turma que frequenta. Vestida de blusa branca, mais branca ela ficou e mais serena se mostrou aos nossos olhos e ouvidos. De sorriso franco, já é possível perceber em seus olhos, a suavidade que os anos de vida lhe trouxeram. Depois de pouco tempo de troca de palavras com esse ser humano, é possível reavaliar certas considerações que temos em relação a pessoas e à vida. Vale a pena conhecê-la com calma, com tempo, sem a correria que ela mesma comentou fazer parte da nossa sociedade atual. Vale a pena olhar nos seus olhos... Prazer em conhecê-la, Daisy Almeida Vasconcelos.

Entrevista e fotos: Célia Gennaricsgennari@gmail.com
Redação: Ignez Ribeiroignisignis@uol.com.br


 
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