Selecione abaixo a informação que deseja visualizar.

Página Inicial
Curso da UAM
História do Jornal
Quem Somos
Crônicas
Astrologia
Aspectos Biopsicossociais
Com a Palavra o Professor
Gente Notável
Entrevista
Eventos & Notícias
Palavra Poética
Sabor & Saber
Turismo
Curiosidades
Caça-palavras
Cultura & Lazer
Carta do Leitor
Edições Anteriores
Videoteca
Galeria de Imagens
Fale Conosco
  Cadastre-se

 

 

 
Página inicial
  


Na ação encontra-se a vida e na vida a felicidade

Estação Ciência da Lapa, 14h30min de uma quarta-feira de agosto de 2010. Entramos no recinto do Teatro onde se reúne um grupo expressivo da Terceira Idade, de uns 20 integrantes, sob a orientação do Prof. Cauê Mattos, graduado em Artes Cênicas. Procurávamos pelo elegante, ativo, simpático e muito alegre Mário Omura.

Natural de Itanhaém, litoral sul, Mário Omura é o feliz herdeiro das conquistas culturais de várias gerações. Considera-se um sonhador, mas quer estar sempre com os pés no chão, consciente de seus valores. Nasceu em 24 de abril de 1935 e recebeu um nome de belo significado: Omura, o Grande Vilarejo. São 75 anos de muita ação e vida.

Mário Omura "não tem parada". Está em constante movimento e por isso nos chamou a atenção como Gente Notável. Ele não tem um ponto de destaque em suas ações, tem vários. Seu dinamismo e disposição são contagiantes e o deixam com uma aparência de menino maroto. Escrever tudo o que ele faz e explicar todas as suas razões tornaria esse texto muito longo... Vamos tentar resumir!

Como um bom oriental, não descuida da meditação diária, prática muito necessária para se preservar o equilíbrio do tríduo: corpo, mente e espírito. Além do que, não descuida de preservar os momentos de culto e respeito aos antepassados, "costume milenar que, infelizmente, está sendo postergado neste momento em que vivemos de grande conturbação político-social".

Mário, com seu porte esportivo, é aficionado a exercícios físicos como caminhada, arte marcial e tai chi chuan, que pratica moderadamente. Segundo ele, são atividades que propiciam leveza, agilidade, força, equilíbrio, controle motor – tão necessários para se manter a saúde do corpo e do espírito. Ele nos dá um exemplo de vida.

Pai de quatro filhos, sente-se realizado em vê-los educados, com ótima formação, "bem produzidos", como ele mesmo diz, e muito bem encaminhados na vida. Certamente pelos bons exemplos que tiveram para serem seguidos durante todos os seus momentos de infância, adolescência, mocidade e maturidade. Para ele, é em casa, no dia a dia, que se molda a personalidade e o caráter, que tornarão o indivíduo apto a se valorizar e ser valorizado, principalmente pelos seus valores intrínsecos.

Esse homem, multifacetado nos seus interesses e atividades, aposentou-se em 1991 como professor de escola pública, mas continuou no ensino particular, o que lhe permitiu emplacar mais de 52 anos ininterruptos de professorado. Foi homenageado em 2007 pela FAPSS – SP, Faculdade Paulista de Serviço Social, pelos 50 anos de magistério, e é lá que integra o corpo docente como professor de Estatística Social, até hoje. Considera-se antes de tudo um "educador" – "o que importa é o ser humano como um todo – valorizar primeiro a sua formação, o caráter, a ordem de valores e depois a informação", comentou Mário Omura. "O indivíduo não é um receptáculo de informações, há que se valorizar o 'ser' e lhe dar a oportunidade de se conhecer melhor na sua integridade espiritual, moral e social".

Ele também se dedica, entre outras coisas, ao origami. A arte da dobradura que desenvolve disciplina, criatividade, memória, coordenação motora, paciência e propicia momentos de sensibilidade e contemplação por tanta beleza nos movimentos, cores, formas e significados. Ele é um dedicado professor dessa arte milenar e transcendente.

Já o teatro, para ele, é o representar da vida, em todas as suas nuances: "é mágico, vive-se mais, descobre-se mais e no decorrer dos textos que se sucedem não há limites para a imaginação". Há toda uma transcendência a se transmitir por palavras, gestos, expressões faciais, modulação de voz, tendo como pano de fundo o cenário e o complemento da iluminação. Na arte de interpretar, vive-se mais vidas... Mário encontra-se, reencontra-se, inventa-se, em cada personagem que representa! A vida por si só é um palco em que nos caracterizamos pelas várias "personas" que ela nos impõe. "Os momentos que o teatro nos propicia de nos expormos, sem culpa, são mágicos, lavam a alma".

Mário se permite viver cada segundo, com respeito a si e à natureza com outras práticas que ele não abre mão, como jardinagem, pesca amadora, dança, folclore, música, canto coral e fotografia – que são alimentos para seu espírito.

Quando questionado quanto ao quesito "terceira idade", foi muito claro ao responder que "todas essas denominações referentes a essa faixa etária não passam de rótulos. O que realmente importa é o estado de espírito, o respeito que a própria pessoa se dá, cuidando-se, valorizando-se, em outras palavras, amando-se".

"Em cada momento do dia a dia, procuro executar as atividades, sem cair na rotina, pois vivo cada segundo e intensamente o hoje, como se fosse o último. O mais importante é o agora (ITIGÔ – ITIÊ = Momento Único), essa filosofia de vida, parte é herança dos antepassados, a outra é um lema: "Mãos na massa e pés no chão". Sempre com entusiasmo e bom humor. A minha missão sempre foi o próximo (sem cobrança), levar alegria através das artes, mostrar sempre o lado positivo da vida, sem esmorecer, com muita fé, respeitando a todos e viver em harmonia com a natureza".

Mário Omura



Galeria de Fotos







 



Texto: Célia Gennari e Ignez Ribeiro
Fotos: Célia Gennari e Arquivo Pessoal de Mário Omura

 
Edições Anteriores
Edição Nº 29

* Os artigos publicados no jornal Maturidades são de inteira responsabilidade dos autores
(que exprimem suas opiniões e assinam seus artigos) devendo ser encaminhada
a estes toda e qualquer sugestão, crítica ou pedido de retratação.
       
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo • PUC-SP - Design DTI•NMD - 2016