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  A sapientíssima


Acarajé

Uma das figuras mais tradicionais e folclóricas da Bahia é sem duvida o da baiana do acarajé. Com sua roupa branca, larga e engomada, seu turbante alto, sua maquilagem forte e seus balangandãs, ela se destaca na paisagem baiana abordando a todos, passantes e principalmente turistas, oferecendo, de seu tabuleiro cheio de bolinhos cheirosos, e recém fritos no azeite de dendê, o seu acarajé. No Brasil colonial, o acarajé e outros pratos de origem africana, eram vendidos nas ruas em tabuleiros que as escravas equilibravam sobre as suas cabeças, enquanto iam cantando refrãos para atrair a freguesia.

Tanto a baiana como o acarajé inspiraram diversos artistas, pintores e cantores. O próprio Dorival Caymmi os homenageou em sua música ”A Preta do Acarajé”. Esta atividade pegou tão bem que foi regulamentada por decreto municipal em 1998 e depois reconhecida como patrimônio cultural de Salvador e, em 2004, como patrimônio cultural material do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

O acarajé é uma especialidade da gastronomia afro-brasileira, feita de uma bolinha de massa de feijão fradinho, cebola, sal e outros temperos, frita no azeite de dendê. Pode ser simples ou recheada. A combinação mais usada é de acarajé recheado de vatapá, apesar de que, agora modernizado, aceita, atualmente, muitos e variados outros recheios.

Antigamente se começava escolhendo o feijão. Quebravam-se os grãos entre duas pedras pesadas e ásperas que os deixavam bem amassados e depois colocavam esta massa de molho e com uma grande colher de pau era remexido no fogo. Hoje, o feijão já vem partidinho, só que antes de triturar é preciso eliminar completamente a casca, depois lavá-lo em várias águas e peneirá-lo. Na época atual existem moinhos elétricos que fazem este trabalho tão árduo.

A palavra acarajé, na África, deriva de akara (bola de fogo) e jê (comer). Juntando as duas palavras quer dizer “comer bola de fogo”. Uma lenda diz que é a comida ritual da orixá Iansã. Sua origem vem do mito da relação de Xango com suas esposas Oxum e Iansã. O bolinho se tornou assim um tipo de oferenda entre esses orixás. Ele é considerado por muitos como uma comida sagrada. Por este motivo sua receita, além de não poder ser modificada, deve ser preparada pelas filhas-de-santo.

Mas foi o acarajé dos Iurubas da África ocidental, originário do faláfel do Oriente Médio, que deu origem ao brasileiro. Os Árabes levaram essa iguaria para a África nas suas diversas incursões durante os séculos VII e XIX. As favas secas e o grão de bico do faláfel foram substituídos pelo feijão fradinho na África. A diferença é que na gastronomia baiana, o acarajé é mais temperado e mais saboroso, diferentemente daquele servido aos orixás. Tem uma brincadeira que diz que a baiana vai fazer a seguinte pergunta aos incautos: quer quente ou frio? Só que o quente dela quer dizer exageradamente apimentado, o que faz arder intensamente a língua de quem o come.

Em geral a comida baiana é muito saborosa. Se você for à Bahia não deixe de saborear o seu acarajé. Seria imperdoável!!

Viviane Bigio
vibigio@uol.com.br


Fontes:

pt.wikipedia,org/wiki/gastronomia
 Acessado em: 1/3/2010

HTTP://pt.wikipedia.org/wiki/Acaraj%C3%A9
 Acessado em: 28/4/2010

Lopes, J.A. Dias. Crônica Histórica – A viagem do acarajé. - Revista Gosto nº. 04. São Paulo: Isabella Editora. Outubro 2009.
Acessado em: 23/4/2010

 
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