Para a produção textual
                                                                          Redigir é o  desejo da maioria das pessoas interessadas em transmitir o seu pensamento ou a  sua mensagem: estudantes, profissionais, professores e ainda aqueles que, por  amor à sua língua, desejam torná-la instrumento da sua comunicação. Mas  reconhecemos não ser fácil organizar o pensamento e extrair dele idéias que  esclareçam ao leitor o que deseja transmitir o autor. 
                                                                          Para  escrever não existe mágica ou fórmulas feitas para a solução do grande desafio  de bem redigir, mas o que se exige são princípios indispensáveis para a  orientação e o desenvolvimento do raciocínio na execução e no aperfeiçoamento  da linguagem e do estilo, valores morfossintáticos, não para o domínio da  gramática, mas do que essa poderá orientar na valorização da criação do texto. 
                                                                          O exercício  essencial é, sem dúvida, a leitura de bons escritores que abrem caminho para o  gosto e o interesse pela literatura. E esse hábito não nasce de um dia para o  outro: ele é fruto de um tempo cultivado no decorrer da vida, desde a infância  até a vida adulta, com a orientação de pais e professores, com a leitura dos  melhores escritores e que nos acompanharão até o exame vestibular. Ler é um  tempo de aprendizagem, de fazer a leitura do mundo, da distinção de valores e é  também motivo de grande prazer. A nossa primeira viagem é feita pelos livros  infantis e depois na leitura de artigos em jornais e revistas para o  acompanhamento da vida no mundo. 
                                                                          A redação é  a preocupação de todos. Por quê? É com ela que apresentamos as nossas idéias,  defendemos um ponto de vista e tornamos concreto o pensamento. A princípio, que  o pensamento seja exposto com clareza e precisão, mas qual é o instrumento para  esse conhecimento? A riqueza vocabular, ou a importância da palavra, do sentido  para a expressão do pensamento e da correta linguagem. A sintaxe e a regência,  essenciais para a correção do texto, podem ser auxiliadas com a consulta de  boas gramáticas. São hábitos para uma redação sem erros.
                                                                          Perguntará  o leitor: E se o interessado na redação não tiver essa base? Só encontrará  meios com as boas leituras, com o exemplo dos melhores autores da nossa língua.  Ler é também aprender, é abrir o espírito para a observação e o gosto por sua  própria língua, com a leitura dos clássicos e de autores modernos. É o momento  de conhecer os diferentes níveis da linguagem, é quando os mestres da língua  poderão auxiliar, dar condições para descobrir a adequada linguagem para um  processo reflexivo, para tornar-se crítico da própria linguagem. 
                                                                          Quanto ao  uso da linguagem, essa pode ser a utilizada popularmente ou na variação culta.  Tudo depende da intenção do autor. Na produção escrita espera-se uma elaboração  mais cuidada da língua. A apreciação de autores modernos como Guimarães Rosa e  José Saramago, inovadores da língua, de forma a encantar e seduzir o leitor,  nasceram do conhecimento, da aprendizagem e da dedicação aos princípios da  Língua Portuguesa, para inová-la com capacidade criativa. Não há outro caminho  para escrever sem dedicação, leitura e conhecimentos básicos da sintaxe e  partir para os melhores valores da literatura.
                                                                          Conhecer é  preciso, ler é abrir o mundo e a inteligência, para sentir e agir dentro do  próprio mundo.
                                                                          Profª Antonia de Almeida Cunha