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Massa Folhada


O Cava

O Cava, vinho espumante, borbulhante, alegre, mágico e fascinante. Ousadia é chamá-lo de genérico do Champagne. É insulto aos seus criadores, os espanhóis.

Para poder descrever o Cava, é preciso saber um pouco do mítico e místico vinho.

A História do vinho vai bem além dos nossos conhecimentos. Os primeiros testemunhos de sua antiguidade datam de 6000 anos a.C. (Era Neolítica) em região próxima ao Egito. Os egípcios foram os primeiros a registrar os detalhes da vinificação em suas pinturas, mas não os primeiros a fabricá-lo.  A lenda mais famosa de onde começou a produção do vinho está escrita no velho testamento, no capítulo 9 de Gênesis. Noé, depois de retirar os animais da arca, plantou um vinhedo, fez o vinho, bebeu e se embriagou. A bebedeira está registrada no teto da Capela Sistina, no Vaticano, pintada num afresco por Michelangelo Buenarroti (1568-1646).

Outra lenda sobre a origem do vinho é persa. No reino de Jamshid, uvas eram mantidas em jarras, para serem comidas fora da estação. Certa vez, uma das jarras ficou cheia de suco que espumava e exalava um cheiro estranho e foi considerado impróprio para o consumo, e como possível veneno. Uma odalisca do harém tentou se matar, ingerindo o possível veneno. Ao invés da morte, ela encontrou alegria e um repousante sono. Narrou o ocorrido ao rei. Esse ordenou então que uma grande quantidade de vinho fosse feita e Jamshid e sua corte beberam e aprovaram a nova bebida.

O uso medicinal do vinho era empregado pelos gregos. Hipócrates fez várias observações sobre suas propriedades medicinais e são citadas em textos de história da medicina.

Galeno (131-201 d.C.), o famoso médico grego dos gladiadores e posteriormente médico particular do imperador Marco Aurélio, escreveu um tratado denominado “De antídotos” sobre o uso de preparações à base de vinho e ervas usadas como antídotos de venenos. Nesse tratado, existem considerações perfeitas sobre os vinhos, tanto italianos como gregos, bebidos em Roma nessa época e como deveriam ser analisados, guardados  e envelhecidos. 

Os Gregos instalaram-se na Península Ibérica e desenvolveram a vinicultura, dando uma atenção especial à arte de fazer vinho. Na necrópole de Alcácer do Sal foi encontrada uma "cratera" grega de sino, vaso onde os gregos diluíam o vinho com água antes de o consumirem.
O cava, o vinho espumante, é peculiar da península ibérica, vende mais até mesmo que o tradicional Champagne. Mas não se engane, muito pelo contrário, não é um vinho barato e de baixa qualidade.

Originário da Catalunha (Espanha), mais precisamente na região de Penedés, surgiu na época dourada da vinicultura Catalã, em meados do século XIX. Em 1872, as primeiras garrafas de Cava foram produzidas na cidade de San Sadurní de Noya (Barcelona).

As uvas nativas da Espanha, utilizadas em sua produção, são:

- Parellada, que confere um sutil aroma floral e produz vinhos delicados, com níveis alcoólicos menores.

- Macabeu, que confere à mistura acidez balanceada e delicadeza de aroma.

- Xarel,  variedade que dá corpo, estrutura e acidez ao vinho.

Também podem ser usadas na mistura do vinho-base as uvas Chardonnay, Malvoisie, Pinot Noir, Trepat, Granache Vermelha e Monastrell.

A colheita ocorre a partir de meados de agosto até ao final de outubro. As uvas são transportadas para as adegas, onde são vinificadas separadamente. Depois disso, os enólogos determinam a proporção de cada variedade a ser utilizada para o lote que vai produzir os vários Cavas. Vinhos com variedades diferentes se complementam para produzir um vinho com personalidade própria, que define as características de cada marca.

Um total de 159 municípios das províncias de Barcelona, Tarragona, Lleida, Girona, La Rioja, Alava, Zaragoza, Navarra, Valencia e Badajoz formam a área delimitada de produção do Cava e, portanto, são os únicos com capacidade jurídica plena para produzir esse tipo de vinho espumante e comercializá-lo com esse nome. As características do Cava devem-se ao solo dos vinhedos, às variedades de uvas utilizadas e ao clima da região.

O processo de elaboração difere dos outros vinhos. Ele se realiza seguindo o método tradicional champenoise, que se fundamenta em ter uma segunda fermentação de no mínimo nove meses dentro da própria garrafa. No final do período, os resíduos são retirados e os Cavas ganham um licor de expedição e uma rolha especial, para manter o gás dentro da garrafa.

O Cava tem aroma de frutas cítricas e sabor refrescante - muitas vezes de limão - leve e fácil de beber. Excelente em recepções como aperitivo.
Foi em meados do século XX que o Cava se consolidou no mercado espanhol, e internacionalmente. Hoje é um dos setores mais dinâmicos e bem sucedidos da vinicultura Catalã. Sua produção anual é de cerca de 220 milhões de garrafas, que chegam aos consumidores do mundo.

Para os apreciadores do cava, ele é o único vinho capaz de tornar mais bela uma mulher depois de bebê-lo. Foi o que orientou o pintor Ramon Casas (1866-1932) na hora de realizar um cartaz publicitário de um dos cavas mais antigos: uniu a beleza feminina ao charme deste vinho.



Sueli Carrasco
sueli.carrasco@uol.com.br


Referência Biblográfica:

Vinos y Enología -  Denominación de Origen   Disponível em http://www.apoloybaco.com/DOcava.htm
Acessado: 6/08/10

http://santucci.blogspot.com
 
Acessado: 30/09/10

http://nossovinho.com/archives//5010
   
Acessado 30/09/10

PATROCÍNIO, Dra. Valéria. História do vinho e seu uso na arte de curar. Disponível em:http;//amf.orf.br/revista 
Acessado 3/10/10



 
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