Selecione abaixo a informação que deseja visualizar.

Página Inicial
Curso da UAM
História do Jornal
Quem Somos
Crônicas
Astrologia
Aspectos Biopsicossociais
Com a Palavra o Professor
Gente Notável
Entrevista
Eventos & Notícias
Palavra Poética
Sabor & Saber
Turismo
Curiosidades
Caça-palavras
Cultura & Lazer
Carta do Leitor
Edições Anteriores
Videoteca
Galeria de Imagens
Fale Conosco
  Cadastre-se

 

 

 
Página inicial
  


Envelhecimento ativo: uma nova concepção de envelhecimento criada pela ONU/OMS

Considerações iniciais sobre a criação da ONU

Atrocidades ocorridas durante a Segunda Guerra Mundial e uma grande violação dos direitos humanos gerou um consenso na comunidade internacional que era preciso criar uma organização para promover e defender os direitos humanos e evitar que novas atrocidades continuassem correndo. Assim, fundou-se a Organização das Nações Unidas (ONU) em 1945.

Desde então, a ONU vem promovendo diversos encontros e definindo em conjunto com seus estados-membros, aproximadamente 200 (duzentos), ONGs e pesquisadores renomados instrumentos contendo diretrizes internacionais visando salvaguardar os direitos das crianças, das mulheres, dos povos indígenas, entre outros segmentos reconhecidamente mais fragilizados. E nas últimas décadas tem contribuído de forma significativa para o fortalecimento do debate sobre o envelhecimento humano, como veremos logo a seguir.

A ONU e o envelhecimento humano

Estamos vivendo um momento excepcional na história da humanidade, a população mundial está envelhecendo e a brasileira de modo acelerado, a passos largos.

Segundo Organização Mundial da Saúde (OMS), agência da ONU, em 2050 haverá dois bilhões de pessoas idosas no mundo. O número de pessoas acima dos 80 anos deverá quadruplicar na maioria dos países. E o Brasil abrigará a sexta maior população de idosos do planeta em 2025.

Como podemos observar temos muito a comemorar. Pois, viver mais sempre fez parte do sonho da humanidade. Assim, a conquista da longevidade não ocorreu por acaso. Ao contrário, foram feitos muitos investimentos na área da saúde, em diversos setores que proporcionaram melhores condições de vida às pessoas e contribuíram para aumentar a expectativa de vida. O desafio hoje conforme afirma a OMS é "assegurar mais vida aos anos vividos".

A ONU realizou duas Assembléias Mundiais sobre o "envelhecimento", em 1982 e 2002. Em 1991, enumerou uma série de direitos das pessoas idosas, em relação à independência, participação, cuidado, autorrealização e dignidade. Declarou em 1999 o Ano Internacional do Idoso. Documentos produzidos nesses encontros servem como base para o planejamento, a definição e implementação de iniciativas voltadas ao envelhecimento. O público-alvo é amplo: governantes, ONGs, universidades, setor privado, entre outros. Não há espaço neste texto para refletirmos a respeito dos conteúdos que constam nestes documentos. Assim, falaremos apenas sobre a concepção de envelhecimento ativo.

A palavra "ativo" refere-se à participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não ao fato de uma pessoa estar fisicamente ativa.

Segundo a OMS, envelhecimento ativo é "o processo de otimização das oportunidades para a saúde, a participação e a segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem".

De modo sucinto, saúde diz respeito ao bem-estar físico, mental e social. Participação é o direito das pessoas participarem da sociedade de acordo com suas necessidades, desejos e possibilidades, portanto, não se restringe à participação política. E segurança à efetivação de uma rede que possa assegurar apoio social, ambiental e financeiro às pessoas que envelhecem.

As iniciativas desenvolvidas na Universidade Aberta à Maturidade da PUCSP contemplam os 3 (três) pilares do envelhecimento ativo, ou seja, aspectos relacionados à saúde, participação e segurança (rede). A seguir refletiremos um pouco a esse respeito.

Já faz algum tempo que saúde não é mais compreendida como ausência de doença. Como sabemos, em épocas anteriores doenças infecciosas agudas levavam frequentemente à morte, notadamente, das crianças. Porém, hoje as pessoas convivem longos anos com diversas doenças e quando controladas não impedem que essas pessoas tenham uma vida "normal". É certo que há doenças que são mais incapacitantes que outras, porém poucos arriscariam afirmar que a depressão é uma das principais causas de incapacidade e morte em todo o mundo.

Gostaria de desenvolver junto com vocês uma reflexão, imaginando que nos matriculamos num curso, talvez na UAM.

Frequentar um curso é uma experiência prazerosa, conhecemos pessoas, ampliamos nossa rede de convivência, portanto, caminhamos na direção contrária ao isolamento social e que, por vezes, leva à depressão. Ou seja, estamos investindo na nossa saúde.

A partir dos conteúdos desenvolvidos pelos professores e discutidos no grupo, temos a oportunidade de rever valores, de ampliar nossa consciência. Nossa inserção, participação na sociedade acontece de forma mais consistente, qualificada.

Os serviços que a universidade coloca a nossa disposição fazem parte do terceiro eixo do envelhecimento ativo, ou seja, da rede de segurança. Entre eles, uma grade curricular pensada e definida para alcançar os objetivos do curso, infraestrutura como sala de aula, aparelhos eletrônicos, edificação e até mesmo o nome de uma instituição de ensino renomada em todo Brasil e fora do nosso país, que é a PUCSP.

Enfim, como podemos perceber a concepção de envelhecimento não é algo distante da nossa realidade.

Antes de encerrar esse texto, gostaria de lembrar que há estudos muito interessantes sobre a necessidade do ser humano de buscar permanentemente o desenvolvimento de si mesmo. Alguns autores afirmam que somos seres inacabados, vamos nos fazendo pela vida.

A educação permanente é um direito de cidadania, conforme consta no capítulo X do Estatuto do Idoso. Mas, a busca permanente de aprendizado, de "ser mais" é uma necessidade inexorável da condição humana.

Agradeço muito a profa. Vitória Kachar e a equipe do Jornal Maturidade a oportunidade de partilhar essas questões com vocês. Um abraço. Fraternalmente.

Áurea E Soares Barroso, Mestre em Gerontologia, Doutora em Serviço Social na temática do envelhecimento pela PUCSP haathor@uol.com.br



 

 
 
Edições Anteriores
Edição Nº 29

 

* Os artigos publicados no jornal Maturidades são de inteira responsabilidade dos autores
(que exprimem suas opiniões e assinam seus artigos) devendo ser encaminhada
a estes toda e qualquer sugestão, crítica ou pedido de retratação.
       
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo • PUC-SP - Design DTI•NMD - 2016