Economia sem mistérios e com prazer

Professor Hélio Francisco Corrêa Lino é um dos primeiros professores que fizeram parte da equipe de docentes da Universidade Aberta à Maturidade – UAM da PUC-SP, juntamente com os professores Roberto Coelho Barreiro Filho e Alda Ribeiro entre outros.

Sua participação aconteceu de forma natural.  Ele é “cria” da PUC, onde fez Administração de Empresas e mestrado em Economia. Já o seu doutorado foi na USP. O aluno Hélio foi ativo dentro da “casa”, da qual fez parte do centro acadêmico e de vários conselhos universitários. Segundo ele, parte da história da universidade ajudou a escrever. Além disso, casou-se na Capela da PUC, sua mulher também é formada em Economia na Instituição e hoje sua filha estuda Direito também na Universidade.

Quando a UAM surgiu ele já dava aula, inclusive em curso de pós-graduação. E aceitou o convite do Prof. Fauze Saadi para fazer parte da equipe de docentes da UAM. A empatia pela proposta do curso foi imediata, tanto que até hoje a primeira turma solicita que ele volte a lhes dar aula.

Para ele, a dinâmica do curso continua a mesma, tendo como filosofia a participação de todos durante a aula. “Na média os alunos têm ótima formação: temos médicos, engenheiros, professores entre outros profissionais”, disse. “O curso não é formativo; devido a isso a dinâmica da aula é muito boa, onde todos debatem e participam e, por incrível que possa parecer, a postura dos alunos na UAM é o que se espera dos alunos na graduação”.

A relação de companheirismo que se forma com o tempo entre todos, para ele, é extremamente gratificante. Prof. Hélio comentou que dar aula para idosos é muito mais prazeroso do que para a graduação, pois são realidades completamente diferentes. “Hoje temos problemas sérios para manter o foco do aluno, que está acostumado com a mídia rápida. Na pós-graduação, mesmo lato sensu, o aluno vem mais focado e o ensino é mais técnico. Na terceira idade os alunos resgatam o sentido da universidade, que é o confronto de ideias, debates, para formar uma massa pensante e crítica.”

A disciplina do Prof. Hélio tem um programa, mas que nunca é seguido e os alunos estão conscientes desse fato. De pergunta em pergunta, eles começam a aula discutindo Economia e passam a falar sobre Sociologia, Política, História da Religião e até mesmo sobre Astrofísica. Cada aula tem vida própria. Mas, no final, de um debate muito rico, tudo é compartilhado. O Professor é mais um participante de sala de aula, um mediador, o que torna a aula muito agradável e interessante.

Professor de “Formação Econômica do Brasil”, “Economia Contemporânea” e, recentemente, também sobre “Meio Ambiente”, ele garante que as situações da própria aula é que direcionam o conteúdo a ser discutido. Hoje eles percebem que a Economia não é só cálculo. “Economia não é uma ciência exata, é social. Nos nossos encontros eles tomam conhecimento da esfera política, social, e sobre a história de cada país”.

Prof. Helio não olha seus alunos como idosos. “A concepção de pessoa idosa está errada. Hoje mulheres de 60 parecem ter 40 anos, enquanto que minhas tias de 40 anos tinham comportamento de velhas. É relativa essa questão da idade”, comentou. Ele lembrou que as pessoas mais ativas dentro da UAM têm mais de 60 anos.

Para quem adora a universidade, todos os seus alunos, seja da graduação ou da “terceira idade”, termo que não gosta de usar, ele garante ser muito feliz ao fazer parte da história da PUC-SP.

Hélio Francisco Corrêa Lino: "Não existem fórmulas milagrosas em Economia, se a sociedade muda a Economia é afetada e vice-versa. Essas esferas estão sempre ligadas umas às outras"

Etrevista, Texto e Fotos:
Célia Gennari
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Ignez Ribeiro
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