O Brioche
“Se o povo tem fome e não tem pão, que coma brioches”. Esta célebre e infeliz exclamação, atribuída a Maria Antonieta (1755-1793), esposa do Rei da França, Louis XVI, foi muito mal recebida pela população faminta que se amontoava às portas do Palácio do Trianon, exigindo pão.
Naquele ano, a plantação de trigo havia sido totalmente destruída pelos fortes temporais, causando uma fome generalizada na França e os camponeses eram enfurecidos pelo total descaso da corte.
Esta resposta feita levianamente pela Rainha foi o estopim para a revolta da multidão, que se alimentava de um pão de massa escura e grosseira e dos restos de pão duros e assados duas vezes do dia anterior, rejeitados pelos nobres.
Maria Antonieta, filha do Imperador da Áustria, casada aos 14 anos com o Rei da França, falando muito mal a língua do país, não era muito querida pelos franceses. Ela nunca tinha feito um esforço para se aproximar do povo e nunca se interessou pelo tipo de vida deles. O que explica esta terrível gafe que pôs a perigo toda a família real. O povão furioso acabou prendendo-a e decapitando-a por uma máquina estranha desenvolvida pelo sr. Guilhotin: a guilhotina.
Sem certeza de sua origem exata, no século XVII o brioche ficou conhecido como o “Doce dos apóstolos” ou “Doce dos Profetas”. Talvez por sua semelhança aos chapéus destes religiosos. A alternativa mais provável é que ele nasceu na região de Saint Brieuc, na Bretanha, cujos habitantes eram chamados “briochins”. Mais uma outra interpretação seria que o Brioche nasceu na Champanhe-Ardennes e Lorraine (NE da França), mas não há comprovação.
O Brioche é um dos pães doces mais antigos que se tem notícia e ele se torna incomparável e único pela sua maciez, aroma e sabor.
A sua massa leva farinha, ovos, açúcar, fermento e muita manteiga. Pode ter o formato de uma bolinha, um cogumelo ou uma empada, chegando a pesar de 10 a 500g, além de diversos recheios e adição de frutas secas, conforme a região. O mais frequente era se parecer como um cogumelo com 2 bolas, uma pequena e uma grande, sobrepostas.
No começo, era só encontrado em casa de nobres que tinham o privilégio de consumi-lo em ocasiões especiais. Com o tempo foi se popularizando e ganhando todas as mesas.
É muito gostoso. Pena que o que o tornou famoso seja uma suposta frase desastrosa atribuída a uma rainha fútil e irresponsável.
Minha sugestão para os amigos é saboreá-lo com uma boa xícara de chocolate quente
Huuuuuuuuuum…
Viviane Bigio
vibigio@uol.com.br
Fontes: Informações de aula da aluna no Lycée Français du Caire (Egito)
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