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Homeopatia e Odontogeriatria

A melhor idade dos dentes

Homeopatia e Odontologia – duas especialidades aparentemente distantes. A primeira trata o paciente integralmente, não apenas a doença local, e se expressa em terapia medicamentosa própria. A outra, na maioria das vezes, tem como foco exclusivo a saúde bucal e é praticada com instrumental específico e tecnologia avançada. Mas a Homeopatia na Odontologia avança dia a dia baseada no princípio de que muitas afecções dentárias e bucais têm a ver com o desequilíbrio no sistema de energia vital que, dentro dos princípios da Homeopatia, produz a maioria das doenças. No atendimento odontológico da terceira idade, essa relação pode ser ainda mais amigável e bem-sucedida.

A primeira referência de que se tem notícia sobre o uso de Homeopatia em odontologia remete ao nome do Dr. Jaime Monteiro de Barros, cirurgião-dentista de Ribeirão Preto, pioneiro na introdução da medicina de Hahnemann no ensino odontológico. Diretor da Faculdade Estadual de Odontologia de Ribeirão Preto, em 1949 Monteiro de Barros começou a divulgar a Homeopatia através de várias publicações na Folha Acadêmica. “Há mais de 50 anos, portanto, os cirurgiões-dentistas tomaram conhecimento desta terapêutica e, desde então, diversas ações foram efetuadas, não só para a divulgação da terapêutica no meio odontológico como na luta pelo reconhecimento como especialidade”. Mas a luta não tem sido fácil.

Em 2002, por exemplo, a Assembleia Nacional de Especialidades Odontológicas (ANEO) rejeitou o pedido de reconhecimento da Homeopatia como especialidade odontológica. Em 2008, o Conselho Federal de Odontologia baixou a Resolução CFO-82/2008, que reconhece a habilitação de cirurgiões-dentistas na prescrição homeopática, mas não ainda como especialidade. Nestes tempos em que as pessoas buscam alternativas em todas as especialidades de saúde, é de se estranhar que a Homeopatia não só demorou a chegar à Odontologia como ainda não recebeu o reconhecimento formal completo. No começo, a especialização nessa área era oferecida somente em cursos de medicina. Mas, da mesma maneira como aconteceu entre os médicos, o dentista homeopata também sofreu preconceitos de sua própria classe. De qualquer forma, desde 1990 tem crescido ano a ano o número de dentistas que buscam especialização em Homeopatia. Com isso, práticas homeopáticas têm sido gradativamente introduzidas nos consultórios dos cirurgiões-dentistas, com ampla repercussão no bem-estar dos pacientes. Existem inúmeras situações em que medicamentos homeopáticos podem ser prescritos como terapia auxiliar das especialidades odontológicas.

A mais clássica dessas situações é o recorrente “pavor de dentista”, que alcança um grande número de pessoas de todas as idades e é responsável pela deterioração dental por falta de detecção precoce e tratamento eficaz. Medicamentos homeopáticos podem equilibrar o estado de ansiedade que acompanha a visita ao dentista – e isso tem sido uma “bênção” sobretudo para mães de crianças que fazem “escândalo” na hora de se sentar na cadeira do dentista. A “odontofobia” atinge de 15% a 20% da população.

A ida a um consultório de cirurgião-dentista homeopata não é diferente de uma sessão num profissional “convencional”. A cadeira é a mesma. Ele usa motor de alta rotação, instrumentos especializados, aparelhos a laser, resinas para restauração, próteses, implantes, etc. Mas sua anamnese, a conversa que orienta o primeiro atendimento e as decisões terapêuticas, já tem a marca da terapia homeopática que em geral, dura mais de uma hora. O grande diferencial reside na abordagem, na compreensão que o cirurgião-dentista homeopata terá do paciente. Busca-se na consulta homeopática a individualização da pessoa, que sofre de maneira particular e reage de modo próprio às doenças. Concretamente, o apoio da terapia homeopática beneficia o paciente odontológico em vários quadros. O inchaço e a dor provocados por uma extração de siso, por exemplo, são bem menores quando tratados com Homeopatia, que pode ser útil também nos tratamentos de implantodontia e perdas ósseas, sendo eficaz no pré, no trans e no pós-operatório, ajudando a evitar sangramentos e dores. Pacientes que apresentam afecções bucais ou mandibulares de estreita relação com estados emocionais, como bruxismo (ranger dos dentes), herpes e aftas, também têm na Homeopatia um forte aliado.

E nos idosos? A Homeopatia na Odontogeriatria tem inúmeros campos de ação, com ótimos resultados. A perda dentária ainda é uma realidade no Brasil numa faixa etária mais avançada – “tanto pelo baixo poder aquisitivo de boa parte dessa população como por má orientação e falta de cuidados especializados, ao longo da vida”. Nesse particular, a odontologia convencional, através de implantes, próteses móveis ou fixas, ainda é a principal referência. Mas o idoso apresenta alterações morfofuncionais na cavidade oral que podem ser sensivelmente atenuadas com medicamentos homeopáticos. Entre essas alterações, atrofia nas papilas da língua que causam redução e até perda do paladar – condição que afeta bastante a qualidade de vida dos idosos. A maioria das medicações de uso continuo pelos idosos incluem agentes cardiovasculares, tranquilizantes, antidepressivos, analgésicos e sedativos, que podem alterar e diminuir o fluxo salivar – e a boca seca é outra condição que interfere sobremaneira na deglutição e no bem-estar geral. “A Homeopatia pode e deve ser um diferencial importante nessa condição, na medida em que não só não leva à redução na produção da saliva, como pode inclusive restabelecer o seu fluxo --- melhorando a autoestima e a solução ou atenuação de diversos fatores emocionais correlatos.

Uma farmácia para a “terceira dentição”

Dentre algumas vantagens do uso da Homeopatia em Odontologia destacamos eficácia, atendimento a pacientes já “homeopatizados” e toxicidade nula.

Separamos um artigo recente na Revista Brasileira de Odontologia, intitulado “Alterações Fisiológicas e Patológicas do idoso e suas implicações na Odontologia” (Favalli, Daniela; Tavares, Débora dos Santos), no qual os autores pontuam: “Alterações morfofuncionais que acompanham o processo de envelhecimento tornam o individuo mais vulnerável aos processos patológicos e às reações adversas aos medicamentos” e “As reações adversas são potencializadas pela polifarmacologia utilizada pela maioria dos pacientes, seja prescrita ou por automedicação...”

Somente estas citações justificariam a utilização da Homeoapatia em Odontogeriatria, porém podemos citar os resultados clínicos satisfatórios obtidos não só pela abordagem humanista ao idoso que a Homeopatia proporciona, como pela anamnese detalhada e necessária para a compreensão do caso.

Vamos relacionar alguns medicamentos homeopáticos e suas características repertoriais para a boca:

1 - Ambra grisea – Sintomas locais: secura da mucosa com sede, obstipação intestinal. Particulares: vertigem nos idosos, prurido intenso da região escrotal, sensação de queimação, ardor ao urinar.

2 - Barita carbônica – Sintomas locais: boca seca pela manhã ao despertar, queimação importante na garganta, incapacidade de engolir sólidos, catarro e muco acumulado no nariz, garganta, laringe e brônquios.

3 - Natrum Muriaticum – Sintomas locais: dentes muito sensíveis ao ar e ao toque, odontalgias que se irradiam para o ouvido e garganta, com a bochecha inchada, por bebidas ou alimentos frios ou por mastigar; gengivas inchadas, ulceradas, que sangram e muito sensíveis ao calor ou ao frio. Aftas, vesículas na ponta da língua. Sensação de pelo na língua; de que a língua é muito grande, seca, pesada, adormecida de um lado e rígida com dificuldade para falar. Língua seca com manchas vermelhas como ilhas. Saliva salgada. Hálito pútrido. Gosto amargo, salgado ou ausente.

Dr. Hélio Sampaio


 
 
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