PROFISSÃO PROFESSOR 
                                                                         
                                                                       
                                                                          Por Antônia de Almeida Cunha 
 
                                                                          Mais professores. 
                                                                             
                                                                            As profissões indispensáveis que mais dignificam a nossa  vida são a medicina e o magistério. Temos assistido à polêmica para superar os  problemas da saúde, além da necessidade do professor para a formação do futuro  das nossas gerações. Não se constrói uma nação sem essas duas alavancas.  
                                                                             
                                                                            Mas o que se tem feito? Importação de médicos para as  regiões distantes do Brasil e convocação de professores aposentados para o  ensino de português, matemática, física e química, muito especialmente para o  curso do 2º grau.  
                                                                             
                                                                            O fato é que a profissão de professor não é atrativa. Quando  os alunos terminam a universidade, desviam o seu interesse do magistério para  trabalhar em empresas, laboratórios ou em pesquisa avançada. O professor é  desestimulado por excesso de trabalho, falta de tempo para preparar as aulas, impossibilidade de acompanhar o aproveitamento dos seus alunos, além da  remuneração “abaixo da crítica”.  
                                                                             
                                                                            O professor secundário recebe menos de um terço do valor  aula do professor do curso universitário. Como diz o professor Alfredo Bosi, da  Universidade de São Paulo, membro da Academia Brasileira de Literatura: “Os  professores não aceitam ser proletários do giz e da lousa”. 
                                                                             
                                                                            Houve sem dúvida progresso quantitativo de matrículas de  alunos nas escolas do curso secundário, nos primeiros anos do séc. XXI, mas a  qualidade dos cursos não completa a aprendizagem do aluno, quando a formação  intelectual ética do cidadão deveria ser a preocupação primeira dos  governantes.  
                                                                             
                                                                      Só haverá professores suficientes para as diversas  disciplinas quando toda a sociedade brasileira e os docentes sentirem a  valorização do professor e com isso, a valorização do desenvolvimento  intelectual e moral do jovem estudante. A desvalorização do professor, para os  alunos e para toda a sociedade brasileira, é o ponto cego do nosso ensino  público, o que não pode atrair o aluno das universidades para uma profissão de  sacrifício.  
  
                                                                   	   |