BANG-BANG Histórias da Vovó Nena
Por Maria Helena Salles Penteado*
O sítio em Amparo ficava perto da cidade. Isso era bom porque os amigos dos meninos gostavam de ir lá a pé para brincar de bang-bang.
Certa vez, havia uns oito meninos brincando, todos eles com espingarda de faz-de-conta, feita com um pedaço de pau.
Eles corriam pelo mato, se escondiam uns dos outros pelo morro e a gente ficava ouvindo:
-Pá! Pá!
-Pei! Pei!
-Agora te matei!
-Foge!
-Esconde!
-Cuidado com o bandido!
Vovó vinha pela estrada, subindo o morro, carregando sacolas de compras. O caminho era uma subida muito forte e a vovó estava muito cansada.
Depois do túnel de bambu tinha uma casa de parede de pedra, que estava vazia. De repente, numa das janelas aparece um dos meninos e pá! – deu um tiro pro lado da Vovó.
Sabe o que ela fez? Fingiu que tinha levado o tiro, jogou as sacolas e se estendeu no chão, como se tivesse morrido.
O menino levou um susto, olhou a espingarda e berrou:
-liiihhh... Ela morreu!
Daí a vovó levantou, rindo muito, mostrando que estava viva e se divertindo com eles.
*Essa é uma das várias histórias que vovó Nena escreveu e editou em 2005 para os netos.
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