Livro
Carandiru, Carcereiros e Prisioneiras
Por Nilde Tavares Lima
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Título: Estação Carandiru
Autor: Drauzio Varella
Editora: Companhia das Letras
Ano: 1999 |
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Título: Carcereiros
Autor: Drauzio Varella
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2012 |
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Título: Prisioneiras
Autor: Drauzio Varella
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2017 |
Como voluntário na Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru, em 1989, Dr. Drauzio Varella pode vivenciar situações únicas. Sua capacidade natural de relatar fatos, sem julgamentos morais, tornaram seus textos muito credenciados à reflexão sobre situações sociais dramáticas, que estão longe de serem resolvidas ou minimizadas.
Os livros “Estação Carandiru” e “Carcereiros” reúnem histórias de detentos e de funcionários das prisões. Uma cadeia possui leis e código de conduta própria. Se de um lado estão os agentes responsáveis pela manutenção da ordem, do outro encontram-se pessoas em condições sub-humanas, completamente esquecidas pelo poder público.
A Casa de Detenção de São Paulo, mais conhecida pelo nome de Carandiru, foi o maior presídio do país, chegando a abrigar um número enorme de presos. Palco de inúmeras histórias, cenário do maior massacre já acontecido e epicentro do maior protesto ocorrido em cadeias brasileiras, foi desativado em 2002. Mas sua história continua viva na mente daqueles que por ali passaram, fossem na condição de detentos ou de funcionários do complexo.
Hoje temos nestes dois livros “Estação Carandiru” e “Carcereiros” preciosos relatos sobre o sistema penitenciário brasileiro, cuja estrutura foi e é desumanizadora.
Drauzio completa sua trilogia com o livro “Prisioneiras”, onde descreve a maneira como mulheres mães, irmãs e filhas vivem dentro da Penitenciária Feminina da Capital. Muitas entraram para o crime por conta de seus parceiros, mas são esquecidas por eles ao se tornarem prisioneiras, o que não ocorre em situações inversas.
Em “Prisioneiras”, o autor reafirma seu talento de escritor. Mas é no epílogo, quando conta um pouco de sua vida pessoal, que Drauzio deixa fluir sua sensibilidade que não ficou engessada ante vivências tão dolorosas.
Recomendamos a leitura desta trilogia com o objetivo principal de abrirmos discussões sobre fatos que se ontem foram manchetes de jornais do mundo inteiro, hoje continuam a ser uma realidade cruel e desafiadora.