DOAÇÃO DE ENXOVAIS, DE TEMPO, DE ALEGRIA...
Dificilmente encontramos pessoas interessadas em auxiliar o próximo, ainda mais o desconhecido. No dia a dia, podemos nos deparar com pessoas que não sabemos o que fazem e muitas vezes tiramos conclusões erradas de seus atos e palavras.
Procurávamos alguém notável que nos contasse uma história de boa ação e encontramos Yara Neves Pacheco, 68 anos, aluna da 4ª K, da Universidade Aberta à Maturidade (UAM) da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.
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Famosa pelos doces e salgados, não foi por acaso que Yara iniciou sua ação de colaboração nos bazares organizados por sua amiga, aluna da UAM do Salesiano. Ela sempre gostou de colaborar no auxílio aos mais carentes e passou a fazer roupinhas de bebê, de crochê e tricô, de uma forma mais comprometida.
De boca em boca a notícia correu pelos corredores da UAM da PUC e suas colegas começaram a participar no que virou, naturalmente, uma “grande” iniciativa. Hoje, um grupo de pessoas se reúne na residência da Yara para “tricotar” e “crochetar”, todas as quintas-feiras à tarde. Uma boa ação realizada de forma bem social, regada com café, chá e muitos petiscos. E é justamente esse encontro agradável que aumenta e muito a produção.
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Atualmente o grupo confecciona 15 enxovais, cada um composto por fraldas, cobertinha, casaquinho, toquinha, um par de sapatinhos, um conjunto de body com calça e outro de paninhos.
Os beneficiários têm sido os centros espíritas da região, mas podem ser direcionados para outros locais, dependendo da solicitação que é feita, como por exemplo, o Amparo Maternal, localizado na Rua Loefgreen, 1.901, na Vila Clementino (SP).
No grupo há espaço para vários colaboradores, mesmo para aqueles que ainda estão aprendendo a manusear as agulhas. As aprendizes podem colaborar, por exemplo, com a feitura de quadradinhos de várias cores que, posteriormente, são unidos por outras colaboradoras e que formam cobertores, colchas e tudo o que a imaginação permitir. A última remessa foi para o Hospital de Câncer de Barretos.
O trabalho é bem organizado, há um controle de tudo que entra de matéria-prima e de tudo que sai, bem como das doações em dinheiro para a aquisição de mais material para que a produção não pare. As doações são feitas espontaneamente, ninguém é cobrado por nada, todos ajudam porque têm prazer em ajudar.
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Algumas colegas não participam do encontro semanal na casa da Yara, mas fazem questão de participar de outra forma, entregando casaquinhos e/ou outros itens prontos para compor os enxovais. E aquelas “grandes” produções, por vezes, são rifadas para angariar fundos para a aquisição de matéria-prima, porque a produção não pode parar.
Tudo é feito com muito carinho e, como diz Yara Pacheco, os maiores beneficiados são, na verdade, aqueles que doam um pouquinho do seu tempo para essa empreitada. “São os momentos que passamos junto, rindo, brincando, aprendendo umas com as outras e fazendo as entregas dos enxovais, que nos alimenta a alma”, disse a idealizadora do projeto “por acaso”.
Entrevista: Célia Gennari csgennari@gmail.com
Colaboração: Lela Saadi lelasaadi@yahoo.com.br
Fotos: Arquivo Pessoal Yara Pacheco
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