PASTEL: Paixão Brasileira
Por Sueli Carrasco
Pastel é uma iguaria tipicamente brasileira, feita de uma massa à base de farinha de trigo, pequena quantidade de óleo, sal, água e para deixá-la crocante acrescenta-se cachaça. Seu formato é de uma caixa ou envelope, recheado, depois frito por imersão em óleo fervente ou assado em forno.
Salgado ou doce, existe uma gama enorme de recheios, como o pastel de bacalhau vendido no Mercado Municipal de São Paulo, ou o chamado especial, com carne moída e ovos. Os recheios mais encontrados são carne moída, frango com requeijão, palmito, queijo e banana com canela. O preço e a combinação dos recheios agradam a todos os bolsos e gostos.
O pastel tornou-se o símbolo da criatividade paulista, depois brasileira. É um alimento muito comum em feiras livres, bares, botecos e também em restaurantes mais sofisticados. Muitas pessoas o substituem por uma refeição, e costuma ser acompanhado por um copo de caldo de cana, água de coco, refrigerante ou chope.
O pastel brasileiro entrou para a nossa cultura inventado por descendentes de japoneses na cidade portuária de Santos, a mais antiga do Brasil. O Porto de Santos, o maior da América Latina, localizado no litoral do estado de São Paulo, é responsável pela economia da cidade ao lado do turismo, da pesca e do comércio. E, de acordo com o Guiness Book, possui o Jardim de Praia mais extenso do mundo.
Foi em 18 de Junho de 1908 que chegou o primeiro grupo oficial de imigrantes japoneses no navio Kasato Maru (笠戸丸). O Kasato Maru era originalmente um navio russo, chamado Kazan, utilizado como navio-hospital durante a Guerra Russo-Japonesa. No final da guerra, passou para os japoneses como indenização e foi adaptado para ser navio de passageiros. A viagem começou no porto de Kobe e terminou 52 dias depois, no Porto de Santos. As 165 famílias (781 pessoas) que vieram nesse navio foram trabalhar nos cafezais do oeste paulista.
Por ocasião da II Guerra Mundial, esses descendentes de japoneses vieram a abrir diversas pastelarias, fazendo-se passar por imigrantes chineses, livrando-se assim da discriminação que havia na época contra a aliança entre alemães, italianos e japoneses. Os princípios de manipulação e processamento de alimentos da culinária japonesa foram introduzidos nas pastelarias que, ao final, tornaram-se um grande negócio, dentro da colônia e fora também.
A receita se espalhou por São Paulo e depois pelo resto do país, sendo ainda, na década de 40, um dos alimentos mais consumidos no Estado de São Paulo. O costume de comer pastéis chegou ao Rio de Janeiro, onde a primeira pastelaria foi fundada nas cercanias do antigo abrigo de bonde de Santa Tereza, atual Mercado das Flores. Na década de 60, o costume espalhou-se para o sul do país.
O sucesso do pastel estava escrito nas estrelas. Atualmente a Prefeitura da Cidade de São Paulo promove o “Concurso do Melhor Pastel de Feira” na virada cultural. Chefes de cozinha e jornalistas especializados formam o grupo de jurados que degustam os pastéis de carne e às cegas dão notas para a textura da massa, sabor, recheio e qualidade da fritura.
Um viva para o nosso requinte paulista: “Garçom, dois pastel e um chopps”!
Fontes:
1- Wikipedia – Acessado: 10 e 15/07/2013
2- Revista Casa e Jardim - Acessado: 10/07/2013
3- O Receitando – Acessado: 15/07/2013
Imagens:
1- tepirata.blogspot.com – Acessado: 30/07/2013
2- osamurai.xpg.com.br – Acessado: 30/07/2013
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