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Alho: ame ou odeie O Caviar



ALHO: AME OU ODEIE

Por Sueli Carrasco

Allium sativum, conhecido como alho (aquele que você ama ou odeia) é uma planta perene cujo bulbo chamado de cabeça de alho é composto por folhas escamiformes (dentes de alho), usado na culinária como tempero e também para fins medicinais. Existe uma grande variedade de tipos de alho como alho-da-campina, alho-espanhol, alho-poró, alho-sem-meu-cheiro entre outros.

Estudos indicam que não há uma certeza quanto a sua origem: pode ter sido na Europa mediterrânea ou no continente asiático. O que se sabe é que foi levado para o Egito por tribos asiáticas nômades, dali para o extremo oriente através das rotas do comércio com a Índia e, depois, chegando à Europa.

Para todas as culturas o alho era um elemento tão importante quanto o sal. O que ditou a diferença da importância foi a rejeição pelas classes mais elitizadas em razão do seu forte odor.

Atualmente, o alho é receitado por naturalistas e médicos que acreditam na cura pelas ervas. São infinitas as suas propriedades para a saúde: germicida, antibiótico, expectorante dos pulmões, vermífugo (contra vermes intestinais), antirreumático, antitireóideo, relaxante muscular, relaxante cardíaco, revitalizante, diurético, antidiabético, hipotensor, previne a aterosclerose, a trombose, diminui a gordura e o colesterol do sangue.

Foi provado o seu poder terapêutico, através do reconhecimento pelo Ministério da Saúde brasileiro e pela FDA (órgão do governo americano para aprovação de medicamentos e alimentos), devido a um poderoso componente chamado alicina, responsável pelo sabor e odor, ao qual são atribuídos os benefícios. Uma pesquisa in vivo feita recentemente pela Universidade de Brasília e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária de Hortaliças (Embrapa Hortaliças), em 2010, mostra que o alho pode contribuir para a redução do infarto agudo do miocárdio.

François-Vincent Raspail (*25/1/1794 +7/1/1878), químico, fisiólogo, médico, naturalista e político socialista francês, rotulou-o como a “cânfora dos pobres”, esnobismo reprovado com o tempo.

Porém seu uso exagerado, além de estragar o sabor da comida, pode causar gases, má digestão, desconforto abdominal e, até mesmo, certa sensação de intoxicação, pois ele entra pela corrente sanguínea, fazendo com que fique até mesmo alguns dias seu gosto na boca. Hoje em dia há certo exagero no seu uso em restaurantes. Na história do mundo a nenhuma outra planta foi atribuído tamanho poder de destruir malignidades.

Com o passar da carruagem, o alho foi considerado a melhor proteção contra o mau-olhado. No Egito moderno continua-se a realizar uma festa na qual o alho é comido, usado e esfregado nas portas e janelas para manter afastadas as forças do mal.

Enfim, o alho era sagrado nas culturas mediterrâneas e orientais, protegendo de todas as doenças e, ainda, afastando maus espíritos. Tantos poderes apontaram para incríveis propriedades desses bulbos, pouco a pouco confirmadas pela ciência.

Existem inúmeras histórias deste “rei”. Entre elas podemos destacar:

* Nos cultos de alguns deuses gregos era vetada a entrada de pessoas exalando alho.

* No Egito antigo, 7 kg de alho eram suficientes para comprar um escravo. Até meados do século XVIII, o alho era ingrediente essencial na dieta destes escravos e operários para que não adoecessem.

* O jovem faraó Tutankamon foi enterrado com seis dentes de alho. Acreditava-se que isso o ajudaria na passagem para a vida após a morte.

* Foi largamente utilizado na conservação de cadáveres. Os egípcios usavam a planta como parte do processo de mumificação dos seus mortos.

* Em cemitérios pré-históricos também foram descobertos bulbos de alho moldados em argila, que tinham como função afastar os maus espíritos.

* Na Idade Média a função do alho era agir como repelente contra mosquitos quando colocado na porta de casa.

* Nero, um dos imperadores mais polêmicos do Império Romano do ano de 54 a 68 da era cristã, incendiário, poeta e cantor (se considerava o melhor), amava ardentemente o alho, devorava muitos bulbos como refeição e acreditava que melhorava sua voz. Porém exalava insuportavelmente seu cheiro, o que incomodava todos ao seu redor.

* Em São Francisco (Califórnia), nos Estados Unidos, existe o restaurante temático “Stinking Rose” (= rosa fétida), como o alho também é conhecido). A maior parte do que pode ser consumido ali é temperado com uma enorme quantidade de alho. O mais interessante do local é a existência de um vinho carregado de seu sabor e cheiro e de uma sobremesa peculiar, o sorvete de alho. O restaurante possui ainda uma filial em Beverly Hills.

* No Brasil chegou junto com Cabral e suas caravelas. A durabilidade da hortaliça fazia parte do minguado cardápio consumido pelas tripulações. Em terra firme levou cinco séculos para sair dos fundos dos quintais, onde era cultivado em pequenas quantidades para tempero ou remédio caseiro.

* Foi preciso aparecer aqui Takashi Chonan, jovem de 21 anos, que desembarcou no porto de Santos em 1958, com um diploma de técnico agrícola e muita esperança. Chonan foi o pioneiro na melhora da genética do alho.

Alho se ama ou se odeia com toda paixão, mas lembrem que paixão é um sentimento de extremos!

 

Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Alho
http://www.cnph.embrapa.br
http://www.anapa.com.br/simples
http://www.esalq.usp.br/siesalq/pm/alho_revisado.pdf
http://cursosonline.uol.com.br/assinatura/artigos/medicina-e-saude/os-beneficios-do-alho-para-a-saude/#rmcl

Imagens:

Uso de licença Creative Commons (Wikimedia Commons)
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Garlic.jpg
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Garlic_Press_and_Garlic.jpg
 
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