Por Betty Jona*
Temos várias maneiras de aprender. Existe aprendizagem:
• Mecânica – É temporária. Dura pouco;
• Condicionada – Ocorre até contra a vontade de aprender;
• Significativa – Duradoura, muda a inteligência.
Significativa é a que mais precisamos. O cérebro capta um discurso com as coisas que chegam em forma de “gancho”, isto é, que formam conexões com algo que existe nele.
Entre uma criança de 12 anos e um homem de 70 anos, aprender é idêntico. Do ponto de vista neurológico não há diferença. Importante é a motivação. Existe a atitude negativista do homem de 70 anos que pensa e diz: “Eu tenho mais dificuldade”. Mas ampliar a inteligência no ser humano só depende de uma coisa: QUERER.
Edificamos valores em cima de palavras. Portanto, temos que estar muito atentos com o uso das palavras. Verba volant, scripta manent, já diziam os antigos romanos.
Dificilmente medimos a força das palavras. Elas podem enaltecer, consolar, embelezar, elogiar, mas também podem iludir, agredir, arrasar, ofender, humilhar. Palavras pronunciadas podem até ser corrigidas quando percebemos o peso terrível, muitas vezes involuntário, com o qual recaíram sobre nosso interlocutor, na ênfase de uma discussão.
Palavras escritas permanecem, não têm retorno. Estão lá e vão penetrando, se juntando a ideias e opiniões, modificando, enobrecendo, destruindo.
As palavras escritas são armas poderosas e é muito difícil para quem as escreve, medir o resultado final.
Escritores, poetas, jornalistas preparam seus textos, os corrigem, os complementam, os modificam até achar que chegaram a um ponto ideal.
Todos somos escritores, poetas, jornalistas em potencial. Às vezes conseguimos externar nossos sentimentos mais facilmente com uma caneta na mão, uma máquina de escrever ou um computador, mas nunca devemos achar que o primeiro texto é o ideal. Pode ser o ideal para nós, mas devemos nos colocar no lugar de quem o lerá e humildemente trabalhá-lo, até com a colaboração de quem admiramos ou sabemos que poderá nos ajudar.
Nosso estado de espírito também pesa muito na hora de escrevermos e devemos ter o cuidado de não deixarmos transparecer nossas aflições e decepções, sempre pensando nos efeitos que as palavras escritas poderão provocar nos outros.
Afinal o que é um jornal? Desde a antiguidade os seres humanos sentiram a necessidade de se comunicar, de deixar algo de si para a posteridade. Assim foram os desenhos rupestres, a escrita cuneiforme, os hieróglifos e outras escritas que até hoje não foram decifradas.
E nós, em nossa maravilhosa 3ª idade, maturidade, também sentimos a necessidade de abrir um espaço para todos os que querem se comunicar além dos “papos” formais e informais. Contar experiências pessoais, escrever aquelas poesias ou crônicas que a labuta diária não nos deu condições, tempo, nem “clima”.
É com entusiasmo que lemos o que chega às nossas mãos enviado pelos nossos colaboradores-leitores.
Talvez estejamos entendendo agora o clima bagunçado, alegre, nervoso das redações. Apesar das dificuldades, estamos nos divertindo e no divertimento estamos aprendendo cada vez mais o que é um espírito de equipe. E poderíamos adotar o lema dos três mosqueteiros: um por todos, todos por um.
*Betty Jona é aluna da Universidade Aberta à Maturidade – UAM, PUC-SP
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