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Naidinha

Por Lela Saad

A nossa Gente Notável dessa edição é Naiade Augester Cordeiro Montenegro Gallo, conhecida carinhosamente por todos como Naidinha - “a garota propaganda” da Universidade Aberta à Maturidade (UAM) da PUC-SP Perdizes.

Naidinha foi uma das alunas mais antigas da UAM – inicialmente denominado “núcleo de estudos”, no qual ingressou há 26 anos, em setembro de 1991.

Com o falecimento do marido e a aposentadoria no magistério, Naidinha sentiu um vazio que conseguiu preencher ingressando, aos 75 anos, no curso oferecido pela PUC-SP.

Sua participação foi marcante. Por anos dedicou-se aos estudos e aos amigos, e sempre era chamada para fazer parte da mesa nas reuniões e abertura dos semestres letivos.

Para Naidinha os estudos a mantinham lúcida e ela tinha uma grande preocupação em não ficar à margem do conhecimento e do tempo. Muito inteligente, não faltava às aulas. Além de preencher o tempo, aprendendo cada vez mais, fez muitos amigos e era muito benquista por todos, inclusive pelos coordenadores que muito a admiravam. Ah! E participava com alegria das excursões organizadas dentro da UAM.

Essa mulher, extremamente guerreira e exemplar, que aqui homenageamos, nascida em 3 de setembro de 1917, nos deixou no dia 12 de setembro deste ano, após completar 100 anos.

Sua falta já era sentida por todos há anos, desde quando deixou de frequentar a UAM, por motivos de saúde e dificuldade na mobilidade.

Rosa Oguri e eu agradecemos a oportunidade de estar presentes no seu aniversário de 100 anos e abraçá-la amorosamente.

A seguir um pouco da história de Naidinha por ela mesma em crônica escrita em 2011, aos 93 anos.

Naidinha

Mario Dias Varela me pediu que escrevesse alguma coisa sobre minha vida, que começou no dia 3 de setembro de 1917 e não sei quando chegará ao fim.

Como os anos percorridos foram muitos, hoje aos 93, devo ter uma longa história a contar.

Vou ver se faço um resumo do que vivi.

Aprendi que ninguém passa a vida em brancas nuvens.

Às vezes o sol brilha e nos ofusca, outras, ele se esconde atrás de pesadas nuvens e seu brilho desaparece.

Assim é a vida. Nem sempre ela se apresenta alvissareira, alegre e sorridente.

O sol desaparece, já não brilha, todo colorido esmaece.

A vida para mim transcorre entre sóis brilhantes e nuvens pesadas.

Nasci em Porangaba. É um subúrbio de Fortaleza. Acredito que logo fomos morar em Baturité, uma mimosa e acolhedora cidade plantada ao pé da Serra Guarapiranga. Papai fez concurso para fiscal federal e foi nomeado para a cidade de Redenção. Lá, o meu tio avô, irmão do vovô, senador João Cordeiro, liberou os primeiros escravos no Brasil. Daí o nome Redenção.

Morei em várias outras cidades do Ceará.

Papai foi transferido para Pernambuco e fomos morar em Recife, onde minha mãe faleceu.

Finalmente viemos para o estado de São Paulo e fomos morar em Rio Claro.

Viemos a seguir para São Paulo, estudei no Colégio Batista, onde me formei como professora.

Com 22 anos me casei e fui morar em Pirajú. Foram os 5 anos mais felizes de minha vida. Meu marido tinha uma firma de ferragens, rolamentos e correias para máquinas. Ele, já pensando nos filhos, achou melhor vender a firma e montar outra, do mesmo ramo, em São Paulo, na rua Duque de Caxias.

Lecionei no Grupo Escolar Almirante Barroso, por 15 anos. Depois me transferi para o Grupo Marechal Floriano, ficando mais 16 anos. Completei assim 31 anos no magistério.

Apareceu a primeira faculdade para a Terceira Idade na PUC. Era apenas uma sala em setembro de 1991, com vinte e poucas senhoras.

A nossa primeira aula foi com a doutora Alda Ribeiro, formada em Milão, em Gerontologia. Alegre como até hoje, simples, autêntica, passou para nós, um carinho de irmã. Está sempre lendo e se atualizando para que fiquemos atentos ao nosso momento de vida.

Agora em 2011, a nossa faculdade completa 20 anos.

Não sei por que o prof. Fauze me apelidou de "Garota Propaganda". Já falei com o professor Jordão que está na hora de me aposentar. Quando sou chamada para participar da mesa de alguma comemoração, lá surge a Garota Propaganda, já com quase 100 anos.

Acho mesmo que devo pedir aposentadoria.

A nossa agora chamada Universidade Aberta à Maturidade da PUC/SP é para o nosso orgulho, uma instituição que se tornou famosa, graças aos esforços de pessoas como os coordenadores Jordão Netto e Fauze Saadi e muitos professores que aqui estão!

http://www.pucsp.br/maturidades/entrevista/entrevista_30.html


 
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