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Aprender e reaprender com Sr. Jayme Lopes

Por Célia Gennari, Janete Salfatis e Sueli Carrasco

Fazer uma graduação pode ser um sonho para muitos. Fazer duas, sendo a segunda depois dos 60 anos, talvez comece a não ser tão comum. Mas encontramos um homem que fez isso, Sr. Jayme Rodrigues Lopes, nascido em abril de 1952, na cidade de Descalvado/SP, criado em Rio Claro/SP e residente em São Vicente/SP, onde cursou Educação Física na Faculdade de São Vicente – UniBR.

Jayme Rodrigues Lopes é casado com Maria Aparecida, professora aposentada da rede pública, com quem teve um casal de filhos. Foi metalúrgico da extinta Cia. Siderúrgica Paulista, a Cosipa, onde ingressou após formação em colégio técnico industrial de Rio Claro. Nessa empresa trabalhou no controle de qualidade e participou de um registro de patente (laminados com rugosidade diferenciada). Durante o período que esteve por lá, formou-se em Turismo (1990).

Dança desde os 12 anos e sempre teve envolvimento com teatro e cinema. Após o nascimento dos filhos começou a dar aula de dança de salão, inclusive na Secretaria de Cultura de São Vicente e depois no GEPOM. Como ator, também participou do maior espetáculo em areia de praia do mundo, a encenação da fundação da Vila de São Vicente, a primeira cidade do Brasil.

História para contar o Sr. Jayme tem muitas, mas por aqui fizemos um bate-papo rápido para mostrar aos nossos leitores sobre algumas possibilidades que nossas escolhas podem nos trazer, independente da idade.

Jornal Maturidades – Há quantos anos está em São Vicente?

Jayme Lopes – Vim do interior em 1974. Morei em Santos até 1982, quando mudei para São Vicente.

JM – O que o levou a ingressar na faculdade de Educação Física?

Jayme – Em 2014 parei de dar aula de dança de salão. Em 2015 fiquei sem fazer nada. Foi quando encontrei uma amiga num forró, numa confraternização de um colega dela de faculdade. Soube que ela estava estudando “Educação Física” na UniBR, que é vizinha da minha casa. Rapidamente decidi: “Estou dentro, vou cursar Educação Física”. Perguntei: “Quantos anos de curso?”. Ela disse “três”. Pensei: “Melhor ainda, vou adquirir conhecimento em pouco tempo e me ocupar com algo útil”.

JM – Como foi o seu interesse pelas aulas?

Jayme – Entrei na faculdade e desde o começo participei de palestras, nas quais encontrei professores muito cuidadosos que agregaram ensinamentos de vida e na área de Educação Física. Tirei proveito das informações compartilhadas em todas as disciplinas. Sabia que poderia utilizar os conteúdos para fazer palestras no futuro ou voltar a dar aula de dança de salão.

JM – Como se sentia no meio da “rapaziada” e como foi o seu relacionamento com seus colegas de turma?

Jayme – Não tive problemas com a “rapaziada” da minha classe e das outras, pois tenho facilidade em fazer amizades e me relacionar com a juventude. Inclusive, continuo a frequentar locais de dança com essa turma mais jovem e sou muito bem recebido porque, afinal de contas, danço há 54 anos. Fomos colegas de classe, não os via como crianças e eles me viam como uma pessoa de mais idade, não mais velho. O relacionamento foi sempre com respeito, mas com brincadeiras de todos os lados. Foi maravilhoso!

JM – Como você “caminhou” entre os colegas de classe?

Jayme – Depois de três anos já sabemos os hábitos de cada um. Observei bem e tive aquela sutileza de ter o momento de conversar, trocar uma ideia, nada de aconselhamentos, pois não era “paizão” nem “tiozão” nem “avozão” de ninguém. E, também, nada de colocar experiências da minha vida, porque a eles isso não interessava e nem cabia na faculdade. Então, o relacionamento entre nós foi muito bom.

JM – Qual era seu objetivo quando ingressou no curso de Educação Física?

Jayme – Inicialmente, entrei na faculdade para sair do ostracismo e adquirir conhecimentos. Estudei pela manhã, que também foi um motivo para levantar e fazer alguma coisa logo cedo. Durante o curso tive várias disciplinas, entre elas, as teóricas de português, filosofia... que me fizeram voltar a raciocinar e escrever com lógica... e as práticas de vôlei, basquete etc., que me deixaram fisica e mentalmente muito animado.

JM – Como foi no começo?

Jayme – O retorno aos estudos no começo foi muito penoso, mas também foi muito bom. Sempre procurei estar atento a todas as aulas, estar presente, anotando tudo para não perder a coordenação da escrita.

JM – O que a faculdade lhe trouxe?

Jayme – A faculdade me mostrou que dentro do que gosto de fazer, que é dançar, posso ter vertentes para utilizar coisas que eu aprendi no curso. Passei a conhecer a Educação Física num processo de sociabilidade, integração e interdisciplinaridade.

JM – Você fez estágio? Como foi essa experiência?

Jayme – Estagiei oito meses num colégio bem conceituado da Baixada Santista, que tem do ensino infantil ao ensino médio. A experiência me alertou que não devo seguir a carreira de professor neste momento da minha vida nem voltar a ter o compromisso de levantar tão cedo...

JM – Agora, formado, quais são seus planos imediatos?

Jayme – Sou aposentado e pretendo aproveitar e viajar muito. Além disso, uma palestrante, recentemente, me mostrou várias opções de cursos que poderia fazer para dar continuidade após a faculdade. Agora, por exemplo, vou fazer curso de libras. Já tracei planos para utilizar os aprendizados. Em breve, planejo dar aula e oferecer palestras de dança (movimento rítmico) de uma maneira mais didática.

JM – Qual sua proposta de vida?

Jayme – Quero motivar as pessoas a se movimentarem e tirar o medo delas de participar, de uma maneira diferenciada.

Jayme agora formado Profissional de Educação Física, alerta a todos que “a rotina é o mal que corrói o eixo”. Certamente, em breve teremos mais novidades desse senhor inquieto e entusiasmado com a vida, qualidades reconhecidas pelos docentes do curso.

O Prof. Ms. Narciso Mauricio dos Santos, da disciplina de Atletismo, feliz por fazer parte do processo de formação do aluno Jayme Rodrigues Lopes, do curso de Licenciatura em Educação Física, nos enviou um expressivo depoimento:

“Para falar sobre o ‘Seu Jayme’, antes precisamos refletir sobre o papel do professor dentro de sala de aula, o que é um exercício prazeroso. No convívio do dia a dia, principalmente da disciplina atletismo no 2° semestre de 2018, observei o empenho desse aluno e suas ações entre os demais colegas de sala, o que proporcionou, também, uma reflexão sobre a importância da experiência que a vida oferece. Dedicado, com o propósito da docência, comunicativo, curioso nos assuntos, nos desafios, amigo e com disposição de deixar muito jovem de ‘boca aberta’, em seu processo de formação, Jayme adquiriu muito conhecimento em diferentes setores e que levou para dentro da sala da formação superior desejada. Lembro-me do primeiro dia de aula da disciplina, quando o questionei sobre ‘o porquê do curso de Educação Física’ ao que ele, prontamente respondeu que tinha muito a ver com sua infância no interior de São Paulo e também com o atletismo escolar. Isso nos permite visualizar enquanto professor formador, o quanto a presença de um professor em nossas vidas é importante (...). Em relação ao seu condicionamento físico apresentado nas aulas, acredito que esteja ligado a suas habilidades e competências relacionadas à dança, a qual adora e pratica como hobby. Com certeza, Jayme será uma referência enquanto professor de Educação Física e a área será realmente contemplada com suas experiências de vida e acadêmica (...). Ele é uma pessoa de boa vontade e que tem coragem de reaprender e aprender (...).”

E com a coragem de reaprender e aprender do “Seu Jayme” concluímos a nossa matéria.


 
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